Igreja Matriz de Sambade

Sambade, a maior freguesia do concelho de Alfândega da Fé, é conhecida como terra dos cardadores, devido à importância da indústria de lãs que aí floresceu até ao final do século XVIII. A sua designação, documentada desde o século X com a denominação de Sambati, deverá corresponder ao nome de um padre que viveu no século VIII nas Astúrias, e que terá contestado a heresia dos monotelistas (VILARES, p. 223).

A igreja matriz é dedicada a Nossa Senhora da Assunção, padroeira da freguesia, encontrando-se a sua imagem, em mármore, inscrita no nicho existente na fachada posterior do templo. No local onde hoje se ergue a igreja, deveria ter existido uma outra, dado que foram encontrados vestígios de construções anteriores, aquando das obras da atual. Esta, foi terminada em 1798, desconhecendo-se a data de início da intervenção. Todavia, a imponente edificação, levada a cabo a expensas da população e, particularmente, de uma família de apelido Silva, deverá ter sido demorada, dado o custo elevado da mesma (VILARES, pp. 227-228).

Exemplo de arquitetura barroca e neoclássica, a igreja de Sambade desenvolve-se em planta longitudinal, com capela-mor mais baixa e mais estreita que a nave, uma torre sineira no plano da fachada, a sacristia do lado Norte e, do lado oposto, um anexo denominado Casa das Almas. A fachada principal, bastante recortada, é rematada por um frontão interrompido de aletas, com cruz ao centro. O portal apresenta uma configuração semelhante à da fachada, com frontão semicircular, interrompido pela janela, de linhas curvas, que se projeta a partir do centro do frontão.

Os restantes alçados são rasgados por janelas de configuração muito semelhante entre si, com arco abatido e molduras recortadas, e na fachada Norte abre-se um portal de arco abatido. A torre sineira, com relógio, ergue-se do lado esquerdo, rasgada por duas janelas sobrepostas.

No interior, destacam-se os cinco altares, dedicados a São Miguel e às Almas, ao Calvário, ao Sagrado Coração de Jesus e a Nossa Senhora das Dores, todos eles em talha policromada e de gosto rococó. O retábulo-mor, também em talha, mas branca com pormenores dourados, ocupa toda a superfície da capela, tendo sido executado numa época mais tardia, refletindo, por isso mesmo, uma linguagem já neoclássica. Ainda na capela-mor, o teto, pintado no século XIX, exibe a representação de Cristo, ao centro, rodeado pelos quatro Evangelistas. Na nave do templo, coexistem dois púlpitos, um de cada lado, em granito trabalhado, e cinco confessionários embutidos nas paredes. O coro é sustentado por duas colunas, acedendo-se-lhe através das mesmas escadas que seguem para a torre sineira. Sob esta, encontra-se a Pia Batismal.

IPPAR / IGESPAR

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Latitude: 41.413074
Longitude: -6.974243

Largo do Cruzeiro, 5350 Alfândega da Fé, Bragança Portugal

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